LFS Comércio Internacional - Veja por que as mineradoras tiveram resultados distintos no 1° semestre e quais as expectativas para o 2° semestre - Créditos Diário do Comércio

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Veja por que as mineradoras tiveram resultados distintos no 1° semestre e quais as expectativas para o 2° semestre -

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Especialista reporta que preço do minério de ferro deve se manter acima de US$ 100 a tonelada | Crédito: Reprodução AdobeStock


Refletindo a complexa dinâmica do mercado e as variáveis econômicas que impactam o setor, as mineradoras apresentaram resultados variados no primeiro semestre. A Vale, por exemplo, registrou um crescimento expressivo, ao passo que a Anglo American enfrentou dificuldades.


No período, a empresa brasileira reportou um lucro líquido de US$ 4,45 bilhões, marcando um aumento de 63% em relação aos primeiros seis meses do exercício passado, além de uma receita líquida de vendas de US$ 18,4 bilhões, com avanço de 2%. Ao mesmo tempo, a companhia sul-africana, com operação em Minas Gerais e presente no Brasil há cinco décadas, teve um prejuízo de US$ 672 milhões e uma redução de 8% na receita, que totalizou US$ 14,5 bilhões.


O especialista da Valor Investimentos, Paulo Luives, destaca que, no geral, a queda no preço do minério de ferro impactou, mas a alta nas vendas compensou os efeitos negativos. A cotação global da commodity, segundo a Federal Reserve Economic Data (Fred), encerrou o primeiro semestre de 2023 a US$ 113,09 por tonelada, abriu 2024 a US$ 136,58 e encerrou junho deste ano a US$ 108,1. Conforme ele, o setor como um todo apresentou avanço na linha de receita.


Por outro lado, o sócio-diretor da Belo Investment Research, Paulino Oliveira, pontua que o avanço produtivo não foi suficiente para compensar a variação de preço. Ele pondera que, quando se compara o valor de junho de 2024 com junho do último ano, a oscilação beira a estabilidade, porém, se a comparação for com janeiro, houve uma queda relevante. O executivo ressalta que o mercado se move de acordo com a expectativa e os resultados deixaram um pouco a desejar.


Já o analista independente Pedro Galdi realça que a Vale teve um desempenho acima do esperado, mas com um mix de produtos de menor qualidade. Enquanto Wilson Brumer, executivo com vasta experiência na mineração, aponta que o câmbio pode ter influenciado a performance da brasileira, e a cotação de outros minerais, como níquel e diamante, impactado a da Anglo. Ele ressalta que é difícil comparar ambas, devido à diversidade de itens produzidos pela sul-africana.



Expectativas e fatores que podem impactar o segundo semestre das empresas


O segundo semestre das mineradoras é incerto, uma vez que as empresas continuam sujeitas a oportunidades e riscos. A dinâmica dos preços dos minerais e as diferentes políticas econômicas que podem influenciar diretamente a demanda serão determinantes para o futuro do setor.


Na análise de Luives, as expectativas são positivas, mas é necessário monitorar algumas situações. “O cenário é favorável com o minério de ferro sendo negociado acima dos US$ 100. Ao mesmo tempo, é importante ficar atento a fatores como a demanda global, especialmente da China, que segue com estímulos para os setores de construção e infraestrutura, flutuação no preço das commodities e questões geopolíticas”, ressaltou o especialista da Valor Investimentos.


Galdi prevê que o preço do minério de ferro se mantenha acima de US$ 100 a tonelada, o que é positivo para a Vale. Contudo, o analista independente ressalta que a economia chinesa e a retomada econômica dos Estados Unidos e Europa também serão cruciais para as mineradoras.

Por sua vez, Oliveira diz que a China passa por uma alteração econômica que afeta a demanda de aço e de minério de ferro – com a queda na demanda das imobiliárias, o foco está mudando para a manufatura. O sócio-diretor da Belo Investment afirma que há uma mudança nas cadeias de suprimentos globais, com políticas que podem elevar a busca por minério ao trazer a produção para perto dos países desenvolvidos, porém, não deve ser capaz de compensar a desaceleração.


Créditos Diário do Comércio.



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